REINO DO TERROR: SAMARA MORGAN

domingo, 15 de outubro de 2017

SAMARA MORGAN

SAMARA MORGAN

Você tem 7 dias....



“Ela nunca dorme.“, assim Aidan o garoto de olhar esbugalhado definiu a menina da fita amaldiçoada. Versão americana da terrível Sadako, que foi perdendo força nas continuações ruins, Samara Morgan devolveu ao cinema americano o prestígio de uma refilmagem bem sucedida. 


Quem é Samara Morgan? 

Um rostinho delicado por trás daquela garota de apenas 8 anos de idade. Longos cabelos negros, olhos castanhos, e um vestido branco, devido a sua estadia no Hospital Psiquiátrico Eola County, ela é uma garotinha tímida, de fala contida, e a expressão calma e agradável. Esse anjo de pele alva posteriormente se transformaria numa versão agressiva, com a pele acinzentada, cabelos úmidos e um rosto de expressão fria, maléfica, deformada. Nada mais assustador que seu olhar odioso, fixo, mortal. Basta encará-la uma única vez para a testemunha congelar a face, estampando em seu último suspiro um medo absoluto, de quebrar o queixo.

Por trás desse cenário de horror, se esconde uma menina que apenas queria chamar a atenção. Quando sua mãe Evelyn estava grávida de oito meses, buscou ajuda em um hospital comandado por freiras, onde deu à luz a Samara, uma bebê que não chorava. Nascida em 1970, não há informações sobre o pai, mas imagina-se que a garota herdou dele suas habilidades. Evelyn dizia que a própria filha relatava a presença de um demônio em seu corpo, sugerindo à mãe um afogamento em um lago. Durante o ato, ela foi salva pelas freiras, ocasionando a prisão de Evelyn em um hospício, e a adoção da inocente menina.

Foi adotada pela reclusa família Morgan, Richard e Anna, sendo levada para morar em um rancho na Ilha Moesko. Quando cresceu e seus poderes começaram a se desenvolver – como a projeção de imagens mentais -, a pequena foi levada ao Hospital Psiquiátrico de Eola County para um acompanhamento médico. Na entrevista a pequena disse que seu pai adotivo pretendia deixá-la definitivamente no local, já evidenciando seu sentimento de rejeição. Com a morte do doutor Scott, não houve alternativa para os familiares que não fosse levá-la de volta ao rancho, mesmo que Anna já deixasse claro sua depressão e pensamentos suicidas.

Para evitar que machuque qualquer outra pessoa, Richard decidiu mantê-la em um celeiro, no segundo andar, com apenas uma escada para acesso. Ela só tinha a companhia da TV, sempre ligada, fora de sintonia. Como os cavalos faziam constantemente barulho e a impediam de dormir, ela fez com que eles começassem a ficar loucos e se atirassem do penhasco para se afogar no mar. Ao todo, 27 cavalos morreram, conforme foi noticiado nos jornais como algo extraordinário e consequência de alguma doença. Anna foi para o hospital, e o rancho ficou sob quarentena por cinco semanas até que Richard concluiu que a atitude era uma reação da pequena Samara.

Não suportando o fardo, Anna decidiu por um fim ao demônio. Ela levou a pequena para passear pelo campo. Enquanto ela admirava uma grandiosa árvore, Anna a sufocou com um saco plástico e, pedindo desculpas, atirou seu corpo no interior de um poço. Samara não morreu sufocada, nem pela queda. Ficou sete dias viva no fundo de um poço escuro, com o corpo molhado e frio. Suas tentativas de escalar as paredes só aumentaram sua dor, seja nos machucados ocasionados pelas quedas ou em uma unha que se partiu e o dedo que se esfolou.


Com seus poderes, ela desenvolveu uma fita com tudo o que testemunhou na agonia, deixada na cabana 12, embaixo de uma TV próxima a um aparelho de videocassete. Com o ódio que a acompanhou nesse período de dor e solidão, Samara se transformou em um onryō, um espírito de vingança japonês. Aquele que testemunhasse seu sofrimento receberia a visita da garota, sete dias depois, em um processo lento e doloroso, culminando na expressão de horror de uma face distorcida.


Sete dias depois…

Antes de sair do poço em um movimento em que perna e braços lhe dão um aspecto aracnídeo, Samara já tinha deixado evidente seus poderes. Um deles é o chamado Nensha (“pensografia“), associada à projeção termográfica e fotografia psíquica. A partir de uma imagem importante, ela consegue gravá-la ou projetá-la queimando em um papel ou parede, como fez com uma árvore no celeiro e a própria fita mortal. Sua habilidade também possibilita que ela conduza imagens à mente das pessoas que viram sua fita. Às vezes, a falta de controle sobre o seu dom pode levar à loucura e ao desejo de suicídio. Foi o que ela fez com os cavalos que o pai adotivo parecia amar mais do que a ela.

Contudo, sua obra-prima foi, sem dúvida, a fita. Ela conseguiu transferir para a película suas principais lembranças, de maneira desconexa, refletindo cada episódio marcante.

Anos mais tarde um pequeno hotel de cabanas foi construído em cima do poço. Várias cópias do vídeo foram criadas e quem as visse morria em 7 dias. Qualquer pessoa que vir o seu vídeo ouve em seguida o telefone a tocar e uma voz feminina diz "You will die in seven days" (Vai morrer em sete dias). Durante esses 7 dias as pessoas começam a ver escadas, vários círculos, e até a própria Samara. Ao sétimo dia Não existe mais esperança, se o vídeo não for mostrado a mais ninguém a pessoa que o viu primeiro morrerá. 

Com pouco menos de um minuto e meio, o vídeo começa mostrando um círculo no centro da tela – a representação da visão que Samara tinha de dentro do poço fechado; a imagem de um TV fora do ar e água; uma cadeira – onde ela era interrogada no hospital; o movimento de um bando de cavalos (rumo ao suicídio); sua mãe Anna penteando os cabelos enquanto se olha no espelho (uma leve distorção da imagem lhe dá um aspecto assustador); o olhar da pequena no espelho, testemunhado pela mãe; um prego com sangue na ponta (onde ela esfolará o dedo ao tentar sair do poço); o olhar de Richard do segundo andar; um penhasco, uma árvore e o poço – uma mosca aparece na tela; algo que sai de uma boca escancarada; cabelos; poço se fechando; árvore em chamas; dedo no prego; muitos vermes; uma cadeira se distancia de uma mesa, onde é possível ver um copo com água – e uma centopeia surge por baixo; uma cabra com a pata machucada; o olhar do cavalo; dedos se movimentando em uma caixa; novamente a árvore em chamas; mais cabelos; mais uma vez a mãe no espelho, ajeitando os cabelos e olhando para trás; ninguém na janela do rancho; a cadeira dançando de ponta cabeça; uma escada encostada na parede; cavalos mortos na praia; o suicídio de Anna no abismo; a queda da escada; o fechamento do poço; uma imagem do poço do lado externo; TV fora de sintonia.

Seus poderes parecem fortalecidos pelas imagens, conseguindo até mesmo queimar a mão da pessoa como fez com Rachel e Aidan. A pessoa amaldiçoada começa a testemunhar a loucura de cavalos e outros animais, pesadelos incompreensíveis, sangrento no nariz, vomita o cabelo de Samara (ou a centopeia, no caso de Jake) e consegue capturar a mosca que aparece na tela da TV. Embora sejam lentas formas de tortura, fica evidente que cada fenômeno representa uma maneira que Samara encontrou para chamar a atenção.

Uma criança rejeitada pela família, ela aparenta uma assombração típica do gênero, que apenas deseja ter sua história conhecida e ter seu corpo encontrado no fundo do poço para um enterro digno. Mas, não é isso. Ela sente falta do amor materno como qualquer pequena desejaria e enxerga em Rachel a mãe que nunca teve. 

Os poderes de Samara aumentaram....

Não é por ser uma entidade maligna que Samara não pode acompanhar as modernizações tecnológicas. A garotinha, que morreu afogada no fundo de um poço e retorna ao mundo de vez em quando para assombrar e matar as pessoas, volta ao cinema após doze anos tendo como arma não mais o televisor de tubo como veículo, e sim a tela de sofisticadas televisões planas, iPhones e iMacs.

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